O Dízimo e a Oferta no Novo Testamento
O dízimo e as ofertas são temas centrais na vida espiritual e financeira dos crentes. Na tradição adventista do sétimo dia, ambos são vistos como expressões de gratidão e fidelidade a Deus. Estes princípios não se limitam ao Antigo Testamento, mas têm um sólido apoio no Novo Testamento, mostrando sua continuidade na era cristã.
O Dízimo: Um Ato de Fidelidade
No Antigo Testamento, o dízimo era estabelecido como um princípio em que os crentes devolviam a Deus 10% de tudo o que recebiam. Em Levítico 27:30, é dito: "Todos os dízimos da terra, tanto dos cereais do campo como dos frutos das árvores, pertencem ao Senhor; são santos ao Senhor." Esta prática tinha como objetivo sustentar o ministério levítico e manter o templo.
No entanto, no Novo Testamento, encontramos princípios que reforçam a continuidade do dízimo e das ofertas no contexto cristão. Jesus, em Mateus 23:23, ao repreender os fariseus por sua hipocrisia, afirma: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes negligenciado o mais importante da lei: a justiça, a misericórdia e a fé; mas estas coisas devíeis fazer, sem omitir aquelas." Jesus não aboliu o dízimo, mas mostrou que a obediência no dar deve ser acompanhada de um coração justo e misericordioso.
Em Hebreus 7, o apóstolo Paulo estabelece uma ligação entre o dízimo e a função sacerdotal de Cristo, utilizando o exemplo de Melquisedeque. Hebreus 7:8 declara: "Aqui, certamente, recebem dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive." Isso indica que o dízimo é uma prática contínua, refletindo a autoridade sacerdotal de Cristo.
A Oferta: Um Ato de Generosidade Voluntária
Além do dízimo, o Novo Testamento enfatiza a importância das ofertas. O apóstolo Paulo ensina sobre a generosidade voluntária como um princípio cristão em 2 Coríntios 9:7: "Cada um contribua segundo propôs no seu coração; não com tristeza, nem por necessidade, porque Deus ama ao que dá com alegria." Aqui, Paulo não estabelece uma porcentagem fixa como no dízimo, mas incentiva que o cristão doe segundo a sua prosperidade e a disposição de seu coração.
A oferta, no Novo Testamento, não é apenas uma questão de quanto dar, mas de como dar. 2 Coríntios 9:6 ensina: "E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância também ceifará." Este princípio revela que a generosidade voluntária traz bênçãos tanto para quem dá quanto para o avanço do Reino de Deus.
A Relação entre Dízimo e Oferta no Novo Testamento
A combinação entre dízimos e ofertas no Novo Testamento reflete um princípio de cooperação e sacrifício pelo crescimento da igreja e pelo cuidado com os necessitados. Em Atos 2:44-45, vemos um exemplo claro dessa generosidade: "Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum; vendiam suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade." Esta prática revela o espírito de comunhão e sustento entre os cristãos, tanto para o ministério quanto para os necessitados.
Embora o dízimo seja um princípio estabelecido, a oferta está relacionada à generosidade além do dízimo, e ambos trabalham juntos para o sustento da obra de Deus na Terra.
Conclusão
O dízimo e a oferta, longe de serem apenas práticas do Antigo Testamento, são reafirmados no Novo Testamento como atos de obediência, fé e generosidade. O dízimo é um reflexo da fidelidade a Deus, enquanto a oferta é uma expressão de amor e generosidade voluntária. Ambos revelam o coração de um cristão que reconhece a soberania de Deus sobre tudo o que possui. A Igreja Adventista do Sétimo Dia vê o dízimo e a oferta como meios pelos quais o ministério é sustentado e o evangelho é espalhado ao mundo. Que possamos, como Paulo ensina, dar com alegria e fé, confiando nas promessas de Deus.
“O ato de devolver a Deus o que Lhe pertence é uma evidência de que Ele ocupa o primeiro lugar em nosso coração. Dar ao Senhor é um privilégio abençoado, e os que o fazem com sinceridade, sentem-se ricos em Cristo.” — Ellen G. White, Conselhos Sobre Mordomia, página 96.
Apelo
Deus nos convida a participar da sua obra por meio da fidelidade no dízimo e da generosidade nas ofertas. Lembre-se de que, ao devolvermos uma parte do que Ele nos deu, estamos reconhecendo que Ele é o dono de tudo. Que possamos, à luz do ensinamento bíblico, praticar a fidelidade e a generosidade, sabendo que Deus suprirá todas as nossas necessidades "segundo as suas riquezas em glória" (Filipenses 4:19).
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